Pitadas do Pergaminho

Hipólita Jacinta - I
“Mais vale morrer com honra do que viver com desonra”. O trecho é da carta de Dona Hipólita Jacinta Teixeira de Mello que avisou o Padre Toledo da prisão de Tiradentes no Rio de Janeiro, em 1789. Hipólita é considerada a única mulher a participar de forma efetiva da Conjuração (Inconfidência) Mineira, o primeiro de uma série de movimentos que levaram à independência do Brasil de Portugal. E Formiga está na biografia dela.
Hipólita Jacinta - II
Em 2023, ela se tornou a primeira mulher a ter uma lápide no Panteão dos Inconfidentes, em Ouro Preto. Devido à falta de documentação, não se sabe onde os restos mortais da inconfidente estão nem como era a fisionomia dela. Agora, quase dois séculos após a sua morte em 1828, ela recebeu o reconhecimento como heroína brasileira. No último dia 6 de janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a Lei 15.086/2025, aprovada pelo Congresso Nacional, que inscreve o nome de Dona Hipólita no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria.
Hipólita Jacinta - III
Hipólita foi esposa do coronel Francisco Antônio de Oliveira Lopes, mas não teve filhos. Adotou e educou, entretanto, duas crianças: uma, abandonada na porteira de sua fazenda, recebeu o nome de Antônio Francisco Teixeira Coelho (era filho de Maria da Silveira Bueno, irmã de Bárbara Heliodora); outra, de nome Francisco da Anunciação Teixeira Coelho, mais tarde veio a ser padre em Formiga e deputado à Assembleia Provincial nos anos de 1866-1867.
Hipólita Jacinta - IV
“Ela transpôs o lugar, a fronteira mais proibida para a mulher até hoje, que é a fronteira da política, que é você ir para a praça pública e falar com voz própria. Olha o que ela está ensinando para as mulheres de hoje. A importância de ir para a praça, de ir para a cena pública, falar com a própria voz, e a voz dela, Hipólita, defende a liberdade, a democracia, a independência e a República. Não é pouca coisa”, diz a historiadora, pesquisadora, escritora e professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Heloísa Starling.
Hipólita Jacinta - V
Ela é uma das autoras, entre outras obras, de Independência do Brasil: as Mulheres que Estavam Lá, publicado em 2022 e que resgata em um dos capítulos a história de Hipólita. Os trabalhos de Heloísa incentivaram a valorização de mulheres como Hipólita e foi por conta deles, que o Museu da Inconfidência a incluiu no Panteão dos Inconfidentes, espaço que abriga os restos mortais dos participantes da Conjuração Mineira.
Hipólita Jacinta - VI
Hipólita foi a primeira mulher inconfidente a ter uma lápide no local, apenas em 2023. Logo em seguida foi proposto o projeto de lei que culminou, neste ano, na inclusão dela no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria. Hipólita Jacinta Teixeira de Melo nasceu em Prados (MG), em 1748. Ela fazia parte da elite de Vila Rica. Era filha de Clara Maria de Melo e Pedro Teixeira de Carvalho – grande fazendeiro da época.
Hipólita Jacinta - VII
Segundo o perfil disponível na página do Museu da Inconfidência, ela tinha uma personalidade forte, era destemida e uma grande intelectual. Ao contrário das mulheres de mesma classe econômica, ela estudava, falava outros idiomas e inclusive ajudava Tiradentes com traduções de livros que inspiraram a Conjuração. A inconfidente possuía uma fazenda, chamada Ponta do Morro, onde tinha plantações, cultivava espécies de plantas que encontrava na mata e andava a cavalo para todos os cantos, já que era uma boa amazonas. Casou-se tarde para a época, aos 33 anos. De acordo com a historiadora Heloísa, porque nenhum homem queria assumi-la.
A do dia
_ Papai, a mamãe falou que quando o homem bebe há muito mais acidentes de carro…
_ E é verdade. O homem bebe e pede a mulher pra dirigir pra ele, aí, já viu né…
_ Mãããêêê…!!!