Poesia: Retroz
Robledo Carlos (de Divinópolis/MG)

E nesse vai e vem de pé, entre paradas e ajeitos, de certo modo acerta o bolso.
Barulho de metal repetitivo em cheiros de algodão.
Ouvi-se um rádio ao fundo.
Quando se une as mãos próximo a agulha na certeza de retidão e forma.
Há alfinetes e riscos.
Nem força a vista de nova, já passa o ponto em cores de velho.
Mesmo assim chuleia, cirze e caseia.
Assim em fazendas se fazem famílias, em casimira e em linhos também!
Assim foi meu batismo, e no terno riscado em giz.
Paciência e zêlo, amanhã te espera o cliente ansioso e feliz.
Sem dilema nem atraso de preocupado noivo, sirvo a moda, outrora em azul, entre tramas e urdume, em impecável estilo.
Espera em silêncio de máquina de costura, um dedal no dedo, um escudo no coração e um punhal na mão.