Polícia de Meio Ambiente apreende animais vítimas de maus-tratos em Formiga

As cadelas das raças Pitbull e Husky Siberiano estão no Codevida

O 2º Pelotão de Polícia Militar de Meio Ambiente em Formiga divulgou nesta quarta-feira, dia 24, o caso de maus-tratos a duas cadelas, uma da raça Pitbull e outra da raça Husky Siberiano, ocorrido na madrugada de terça-feira, dia 23, no Bairro Novo Horizonte. Os animais foram apreendidos e estão no Codevida (Centro de Defesa à Vida Animal).
Vídeos que mostram a agressão covarde às duas cadelas, cometida pelo próprio tutor, de 19 anos, viralizaram nas redes sociais e revoltaram os formiguenses. As filmagens foram feitas por vizinhos que denunciaram o autor para a Polícia Militar.
“Diante da denúncia, os militares de serviço na sede do 63º BPM iniciaram o atendimento do evento, sendo localizado o autor, um jovem de 19 anos de idade. Foram verificadas diversas imagens encaminhadas pelos denunciantes/solicitantes que corroboravam com as agressões informadas. O autor foi detido em flagrante delito e encaminhado totalmente ileso até a Delegacia de Plantão”, informou a Polícia de Meio Ambiente, que ainda disse que o tutor usou um “instrumento contundente” para dar golpes nos animais.
Segundo a polícia, as cadelas foram imediatamente retiradas da guarda do tutor e encaminhadas ao Centro Veterinário de Acolhimento e Guarda de Animais (CVAGA), que é vinculado ao Unifor-MG, onde receberam atendimento médico veterinário. Posteriormente, elas foram acauteladas junto ao Codevida.
Depois do acompanhamento dos animais, a Polícia de Meio Ambiente tomou as medidas administrativas decorrentes da infração ambiental e encaminhou os registros à Promotoria de Meio Ambiente da Comarca de Formiga.
A polícia ressalta que conta com o apoio da população para identificar autores de crimes ambientais em Formiga e região. As informações devem ser repassadas por meio do telefone (37) 3322-1454.

Ameaça e agressão

Esse caso de agressão a animais que viralizou na internet é o segundo que ocorre neste mês em Formiga. No início de janeiro, um vídeo de um homem de 47 anos ameaçando agredir os cães de rua e até mesmo o prefeito de Formiga, Eugenio Vilela, foi compartilhado nas redes sociais e causou indignação na população.
Na gravação, o homem, que está empunhando um cajado de madeira, ameaça bater no prefeito por ele não estar maltratando e espancando os cães de rua. Ele insultou e atacou Eugenio, dando até o número do seu próprio celular como desafio.
Segundo informações divulgadas no dia 4 de janeiro pela Polícia Militar, o indivíduo teria sido preso ao ser encontrado escondido em um motel. “Nesta quinta-feira, dia 4, militares do 63º Batalhão de Polícia Militar realizaram a prisão de um indivíduo responsável por veicular diversos vídeos e áudios nas redes sociais, tendo conteúdo de ameaças direcionadas ao prefeito da cidade de Formiga, além de mencionar, explicitamente, supostos casos de maus-tratos a animais/cães. Em um dos áudios, é possível ouvir o suspeito proferindo os seguintes dizeres: ‘Eu quebrei cinco cachorros lá perto do Campo do Formiga e o resto na Rodoviária hoje cedo’”.

Animais de rua: um problema antigo em Formiga

A questão de animais soltos nas ruas é um problema que faz parte da história de Formiga e nunca houve uma solução sensata. Na década de 1970, um servidor da Prefeitura amarrava uma cadela no cio no para-choques de um Jeep verde. Passeava por várias ruas e vários cachorros iam se enfileirando atrás. Em um lote perto do Saae, nacos de carne com veneno os esperavam. Já na década de 1990, cachorros e cadelas eram eletrocutados em uma vala na fazenda da Prefeitura. A “cãonificina” só parou quando o funcionário escalado para dar os choques morreu em um curto-circuito, o que foi considerado um mero acidente de trabalho.
É claro que uma solução com relação à proliferação dos animais na rua tem de ser pensada, o que não se pode é voltar a 1970 e 1990. A conscientização contra os maus-tratos e o abandono, além da castração, é ainda a melhor alternativa para a diminuição e, consequentemente, o fim do número de animais nas ruas.
Os animais de rua oferecem risco à saúde pública, já que transmitem doenças à população. Uma vez na rua, sem cuidados ou vacinação, eles estão suscetíveis a doenças como raiva ou leptospirose, que podem ser transmitidas a seres humanos.