Prefeitura ameaça cancelar licitação de empresa de transporte público

Diante de inúmeros transtornos, Executivo diz que, caso acordo não seja cumprido, uma nova empresa terá de ser contratada

Prefeitura ameaça cancelar licitação de empresa de transporte público
Lotação quebrado na Avenida Arnaldo Sena




Os problemas envolvendo o transporte público coletivo de Formiga, como quebra constante de veículos, falta de combustível e atrasos na circulação, podem ter um fim. É que a Prefeitura ameaçou cancelar o contrato com a Viação Formiga, caso um acordo recente não seja cumprido.

Na quarta-feira, dia 6, a chefia do Município divulgou nota ameaçando rever todo o processo que envolveu a contratação.

O Executivo está empenhado em solucionar, o quanto antes, a situação que afeta os cidadãos que dependem do serviço prestado pela empresa licitada. O Eugênio Vilela esclarece que já foram realizadas diversas reuniões com os responsáveis da Viação Formiga. No penúltimo encontro, a Administração Municipal determinou que a empresa apresente um Plano de Investimentos, incluindo, no mínimo, cinco veículos em boas condições de uso. Caso contrário, será feita a rescisão do contrato, visto que a empresa, que ganhou o processo licitatório não tem cumprido com as suas obrigações, diz a Prefeitura.

Ainda de acordo com a nota, a partir de determinação do Executivo, os diretores da Viação Formiga apresentaram, na última reunião, um novo sócio, que será o responsável por fazer aporte financeiro ainda no mês de novembro. Caso o acordo não seja cumprido, a rescisão será feita e um novo edital será publicado com o intuito de licitar nova empresa para assumir o transporte público na cidade. A Administração Municipal entende a gravidade da situação e garante que continuará trabalhando para acabar com os transtornos referentes a essa questão, finalizou.

A reportagem de “O Pergaminho” tentou falar com a Viação Formiga, mas não obteve resposta.  

Os transtornos

Não é de hoje que os ônibus da Viação Formiga vêm dando o que falar em Formiga, seja pelo atraso na circulação ou por problemas mecânicos. O Pergaminho vem reportando os transtornos que prejudicam muitos trabalhadores.

Empregadas domésticas e profissionais das áreas da indústria de confecção e da construção civil têm sido os mais atingidos. E é tão grave a situação, que há empresas que estão deixando de contratar profissionais que usam o transporte público como meio para chegar ao trabalho. Uma empresária que tem seus negócios às margens da MG-050 confidenciou ao jornal que, devido à dificuldade de os profissionais chegarem no horário à sua empresa por causa do atraso dos lotações, passou a priorizar trabalhadores que têm veículo próprio.

Os lotações têm apresentado problemas quase que diariamente. Na sexta-feira passada, dia 1º, um ônibus da linha Santa Luzia/Planalto quebrou por volta das 7h30, bem em frente ao Unifor, na Avenida Arnaldo Sena, e deixou trabalhadores indignados com a situação. Eles tiveram que descer do ônibus e seguir a pé para os locais de trabalho, chegando atrasados.

Uma das passageiras do coletivo, que não quis ter seu nome revelado, procurou o O Pergaminhopara reclamar do incidente. Segundo ela, pessoas dentro do ônibus disseram que o problema ocorreu por falta de combustível, ou seja, de óleo diesel.

O sócio-proprietário da empresa, Marcos Antônio de Paula, afirmou que o problema não foi em relação ao óleo e sim ao sistema eletrônico de injeção do ônibus.

Na manhã desta segunda-feira, dia 4, outro lotação quebrou na Rua Argentina, no Bairro Ouro Negro.

No dia 15 de outubro, um lotação da linha Rodoviária/Maringá foi apreendido por estar com o licenciamento de 2024 atrasado. Na ocasião, o motorista do veículo também foi flagrado com a CNH (Carteira Nacional de Habilitação) falsa. A informação foi dada ao jornal pela Polícia Militar, que no Terminal Rodoviário fez a abordagem do veículo que estava causando congestionamento no transito ao parar no meio da via no Centro da cidade. O lotação foi guinchado e removido para o pátio de veículos. A PM aplicou os devidos autos de infração.

Ao jornal, Marcos Antônio disse que o motorista que estava com a CNH falsa foi demitido da empresa. Ele não quis comentar sobre o licenciamento atrasado.