Prefeitura prepara ações para combate à dengue

A Prefeitura está preparando ações para o combate à dengue em Formiga. Diante dos números alarmantes de casos da doença registrados no Brasil e na cidade no ano passado, o Ministério da Saúde quer ampliar novas estratégias de controle do mosquito Aedes aegypti no país e, no município, o Executivo acaba de montar a Sala de Situação da Dengue para decidir sobre os trabalhos de combate à doença na cidade.

Em 2024, o país teve 6.215.201 casos prováveis de dengue. O número representa um aumento de 344,5% quando comparado com a quantidade registrada no mesmo período de 2023, que foram 1.398.318. O número de óbitos foi de 4.269.

Em Formiga, de 1º de janeiro a 1º de novembro, foram registrados 4.946 testes positivos da doença, um aumento de 4.156% em relação a 2023, que teve oficialmente 119 casos.

“A dengue não é uma novidade no Brasil, há 40 anos temos epidemias. Há um aspecto muito importante de base, que é o aquecimento global, fazendo com que a dengue apareça em muitas regiões que antes não aparecia”, disse a ministra da Saúde, Nísia Trindade, em entrevista à “TV Brasil”.

Segundo ela, para 2025, o governo tem investido em novas tecnologias para o controle do mosquito transmissor. “Nós vamos ampliar algumas tecnologias, como é o caso do método Wolbachia, que impede o desenvolvimento do vírus da dengue. Outros métodos, como do mosquito estéreo em áreas indígenas, também serão trabalhados. O nosso plano de ação tem como objetivo reduzir casos e óbitos por arboviroses”, afirmou.

O Ministério da Saúde divulgou que está investindo R$ 1,5 bilhão no plano de ação, o que representa um aumento de 50% em relação ao ciclo anterior. Além das novas tecnologias, as ações incluem vacinação, com garantia de doses para o público-alvo; testagem para ampliação de insumos laboratoriais e controle vetorial para distribuição de inseticidas e biolarvicidas.

SALA DE SITUAÇÃO DA DENGUE

A atual Administração de Formiga divulgou que está comprometida em intensificar as estratégias de prevenção e controle da dengue, enfrentando o desafio com responsabilidade e eficiência. A Secretaria Municipal de Saúde criou na sexta-feira, dia 10, a Sala de Situação da Dengue, que será uma ferramenta estratégica para os trabalhos em Formiga.

Conforme divulgou o secretário de Saúde, Wender Oliveira, que já promoveu a primeira reunião para tratar da dengue na cidade, a sala terá quatro funções: o monitoramento epidemiológico (analisar os dados de casos suspeitos e confirmados, permitindo a identificação de áreas críticas e de maior risco); o planejamento de ações (desenvolver planos de combate direcionados, como mutirões de limpeza, campanhas de conscientização, controle químico em áreas de infestação e organização da rede assistencial no caso de aumento do número de casos); integração intersetorial (reunir diferentes setores, como saúde, educação, obras e assistência social, para garantir uma resposta articulada e eficiente); comunicação rápida (compartilhar informações com a população sobre medidas preventivas e cuidados em tempo hábil) e tomada de decisões baseada em evidências (usar dados concretos para priorizar ações e recursos onde são mais necessários).

“Teremos reunião toda segunda-feira com profissionais da Epidemiologia, de Endemias, da Atenção Básica e da UPA, e emitiremos o Boletim Epidemiológico para divulgação geral. Caso seja necessário, a metodologia Sala de Situação poderá evoluir para COE – Centro de Operações de Emergência”, ressaltou o secretário.

De acordo com ele, na sexta-feira, foi detalhado o planejamento das atividades em Formiga e discutido os extratos do Índice de Infestação Predial e o Índice de Breteau. “Com isso, já foi possível identificar os bairros com maior risco e definições de ações prioritárias, como o controle focal e químico”, disse.

Wender Oliveira contou ainda que, neste ano, até o momento foram contabilizados 3 casos suspeitos de dengue.

EM MINAS

Em 2024, Minas Gerais registrou 1.695.098 casos prováveis de dengue. Desse total, 1.374.633 casos foram confirmados para a doença. Os óbitos somam 1.124.

Neste ano, até o dia 7 de janeiro, o estado registrou 288 casos prováveis de dengue. Desse total, 60 foram confirmados para a doença. Até o momento, não há óbitos confirmados ou em investigação por dengue.

Prevenção: a melhor alternativa

Para conter a dengue, é essencial eliminar locais com água parada, propícios para a reprodução do Aedes aegypti. Medidas simples incluem:

·         Virar garrafas e recipientes com a boca para baixo;

·         Tampar caixas d’água, tambores e cisternas;

·         Limpar e trocar regularmente a água de vasos de plantas e pratos;

·         Manter quintais limpos, livres de entulhos;

·         Colocar areia nos pratinhos de plantas para evitar acúmulo de água;

·         Descartar corretamente o lixo;

·         Limpar frequentemente recipientes que armazenam água, como bebedouros de animais, utilizando escova e sabão;

·         Inspecionar e desobstruir calhas para prevenir acúmulo de água;

·         Descartar ou armazenar adequadamente objetos desnecessários que possam acumular líquidos, como pneus velhos, latas e plásticos;

·         Dobrar lonas e plásticos de forma que não formem poças. 

A proteção contra picadas também é fundamental. Para isso, orienta-se:

·         Instalar telas em janelas e portas;

·         Aplicar repelentes durante o dia;

·         Vestir roupas claras que cubram braços e pernas. 

Piscinas, fontes e reservatórios de água devem ser inspecionados regularmente, especialmente em áreas com alta incidência da doença. Participar de ações comunitárias, como mutirões de limpeza, e conscientizar vizinhos sobre os cuidados necessários fortalece o combate ao mosquito.

A prevenção continua sendo o melhor caminho contra a doença, e cada cidadão tem um papel crucial nesse esforço coletivo.

Em caso de suspeita de dengue, com sintomas como febre alta, dor de cabeça, dores no corpo e manchas na pele, é essencial buscar atendimento médico imediato.

Eliminar locais com água parada é essencial para impedir a proliferação do Aedes aegypti - Foto: ALMG/Reprodução