Presos colocam fogo em colchões de presídio em Divinópolis
Detentos reclamavam de falta de água e superlotação na unidade, segundo o Corpo de Bombeiros

Depois das informações sobre as ameaças de presidiários em colocar fogo em 20 municípios mineiros, inclusive em Formiga, a cidade ficou chocada com a notícia, nesta quarta-feira, dia 18, de que presos incendiaram colchões e roupas no Presídio Floramar, em Divinópolis. O ato ocorreu durante a madrugada.
Segundo o Corpo de Bombeiros Militar, a equipe foi acionada por volta de 1h18 para combater o incêndio no local, dando apoio à ocorrência atendida pela Polícia Penal e o Grupo de Intervenção Rápida (GIR). Os Bombeiros informaram que, além de queimar colchões e roupas, os presos jogaram pedras nos portões das celas. Ninguém ficou ferido.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, os presos reclamavam de falta de água e da superlotação na unidade, que estaria relacionada ao fechamento de outro presídio na região e transferência de detentos para o Floramar. Na terça-feira, 17, foi confirmado o fechamento temporário do Presídio de Pitangui.
As ameaças
O jornal “O Tempo” trouxe que na madrugada de terça-feira, dia 17, dois criminosos incendiaram um ônibus em Ibirité, região metropolitana de Belo Horizonte, e entregaram ao motorista do coletivo um bilhete com as ameaças de colocar fogo em 20 cidades mineiras, inclusive em Formiga.
"Começamos por BH e vamos queimando de cidade em cidade até chegar em Formiga. E, quando chegarmos lá, vamos acabar com a cidade". Essa grave ameaça foi a forma que encontraram para reivindicar melhores condições para os detentos da Penitenciária Regional de Formiga. Pelo menos 20 cidades estão no percurso entre Formiga e Belo Horizonte e, portanto, compõem a lista das áreas na mira dos criminosos.
No recado deixado ao motorista, há reclamação de maus-tratos nas unidades prisionais do Estado, mas eles ressaltam a unidade de Formiga, dizendo que os detentos e suas famílias estão sendo maltratados.
"Nossas famílias tão (sic) sendo maltratadas, e nós presos estamos sofrendo uma covardia e vivendo de um jeito desumano, único jeito de chamar a atenção de órgãos maiores foi essa, pois somos trancados aqui em Formiga e esquecem que somos gente", diz o bilhete.
Gabinete de segurança
Diante das ameaças, um gabinete de segurança foi montado em Formiga por autoridades para levar tranquilidade a todo o município. O juiz de direito Altair Resende de Alvarenga promoveu, na tarde de terça, uma reunião no Fórum Magalhães Pinto para traçar estratégias de segurança para a cidade. Além dele, representando a Vara Criminal da Comarca de Formiga, participaram da reunião a promotora Kelly Maria de Araújo, representando o Ministério Público; o delegado regional Danilo César Bicalho, representando a Polícia Civil; o tenente-coronel Fábio Gotelip Júnior, representando a Polícia Militar; o diretor-geral da Penitenciária Regional de Formiga, Huderson Geraldo Rômulo; o diretor da 7ª Região Integrada de Segurança Pública Penal, Sérgio Evaristo de Souza; Lucas, do setor de inteligência da Polícia Penal, e a vice-prefeita Adriana Prado, representando o Executivo.
De acordo com uma das pessoas que participou da reunião, “a dedicação e o profissionalismo dos servidores que trabalham na segurança pública em Formiga são que levarão sentimentos de confiança e tranquilidade a todos os setores da sociedade. Não é preciso alarde.”