Risco de epidemia de dengue aumenta em Formiga
Índice de infestação predial do Aedes aegypti passou de 3 em novembro para 5,5% em janeiro

O primeiro LIRAa (Levantamento de Índice Rápido para o Aedes aegypti) de 2023, realizado de 23 a 27 de janeiro, apresentou índice de infestação predial de 5,5%, considerado de alto risco para epidemia de dengue em Formiga. No levantamento anterior, realizado em novembro do ano passado, o índice foi de 3,0%, considerado de médio risco, ou seja, houve um aumento de 2,5%.
As estatísticas apontam que, resultados entre 0 e 0,9 enquadram o município em situação de “baixo risco”, de 1,0 a 3,9 é “médio risco” e acima de 4,0 é considerado “alto risco”.
Desta vez, o LIRAa foi realizado em 1.845 imóveis, entre residências, terrenos baldios, comércios e outros. “A maioria dos focos foi encontrada nas residências, 81,1% do total. A porcentagem de recipientes com larvas positivas para Aedes aegypti dentro das casas é alto, isso mostra integralmente a ‘preferência’ do mosquito para desovar em ambiente residencial e o quanto a população ainda precisa melhorar as ações de prevenção”, destaca a Prefeitura em nota.
A maioria dos focos foi encontrada, em primeiro lugar, no lixo doméstico (recipientes plásticos, latas, garrafas, sucatas, entre outros), seguido por depósitos móveis (pratos de plantas, bebedouros, baldes), depósitos ao nível do solo (tanques, tambores e similares) e, por fim, depósitos fixos, como calhas, ralinhos e pneus. A equipe do setor de Endemias observou que os focos do mosquito predominaram em recipientes de fácil eliminação e que uma parte da população ainda não descarta esses materiais da maneira mais adequada.
“O resultado do Levantamento de Índice Rápido para o Aedes aegypti serve para exemplificar que, para cada 100 imóveis existentes em Formiga, 5,5 deles têm focos do mosquito. Além do índice de infestação predial, o levantamento apresenta o ‘Índice de Breteau’ (um valor numérico que define a quantidade de Aedes aegypti em fase larvária encontrada dentro das residências e serve como referência para medir o nível de infestação do mosquito), no qual o resultado foi de 6,7, indicando que para cada 100 imóveis pesquisados durante o LIRAa, 6,7 possuem recipientes com larvas positivas”, diz a nota municipal.
Conforme divulgado, o setor de Endemias continuará com a intensificação das ações de campo e educativas. Com o resultado do primeiro LIRAa do ano, os agentes realizarão um trabalho diferenciado nos bairros que apresentaram índice mais elevado. Além do tratamento focal, os agentes reforçarão o trabalho educativo nessas localidades.
SOBRE O MOSQUITO
O mosquito transmissor da dengue tem hábitos residenciais, devido à sua preferência pelo sangue humano, por isso são encontrados muitos focos nas residências e em lugares “inusitados”, como tecido de guarda-chuva, tampinha de refrigerante, panelas jogadas no quintal, entre outros. Com isso, o Aedes aegypti completa seu ciclo o mais próximo possível do ser humano.
O transmissor deposita seus ovos em água parada, na parede dos criadouros, próximo à superfície da água e não diretamente nela, por isso a importância de passar escova ou bucha em recipientes que tiverem água parada. O ovo pode sobreviver em média um ano “no seco” e, assim que entrar em contato com a água, dentro do seu período de durabilidade, ele pode seguir seu ciclo. Esse fator, ligado ao descuido da população, explica a dificuldade de erradicar o mosquito.
Bairros com larvas positivas