Secretaria Federal diz que Formiga está em área de desastre natural

Nota técnica divulgada recentemente aponta as cidades brasileiras que correm risco de deslizamentos, enxurradas e inundações

Secretaria Federal diz que Formiga está em área de desastre natural
Formiga, com mais de 68 mil habitantes, foi incluída na lista, que cita 2.396 pessoas vivendo em área de risco de desastre natural na cidade




Depois da enchente histórica ocorrida no Rio Grande do Sul, moradores de todas as regiões brasileiras estão preocupados com os possíveis desastres ambientais. Recentemente, o Governo Federal divulgou um estudo realizado em 2023 pela Secretaria Especial de Articulação e Monitoramento da Casa Civil da Presidência da República em que aponta os municípios mais suscetíveis a ocorrências de deslizamentos, enxurradas e inundações. Para o espanto da população, Formiga consta na lista, que cita 2.396 pessoas vivendo em área de risco na cidade.
A “Nota Técnica 1/2023” do governo tem como objetivo identificar os municípios nessa situação para serem priorizados nas ações da União em gestão de risco de desastres naturais. O objetivo é possibilitar que os governantes possam montar planejamentos específicos para o enfrentamento de possíveis desastres.
Segundo o estudo, o Brasil apresenta 1.942 cidades mais suscetíveis à ocorrência de deslizamentos, enxurradas e inundações. Desse total, 283 ficam em Minas Gerais, entre elas 11 no Centro-Oeste mineiro, incluindo Formiga.
“O aumento na frequência e na intensidade dos eventos extremos de chuvas vêm criando um cenário desafiador para todos os países, em especial para aqueles em desenvolvimento e de grande extensão territorial, como o Brasil. As populações em situação de vulnerabilidade são as mais afetadas, enfrentando ameaças crescentes à sua segurança, meios de subsistência e infraestrutura. A urbanização rápida e muitas vezes desordenada, assim como a segregação socio-territorial, tem levado as populações mais carentes a ocuparem locais inadequados, sujeitos a inundações, deslizamentos de terra e outras ameaças correlatas. Essas áreas são habitadas, de forma geral, por comunidades de baixa renda e que têm poucos recursos para se adaptarem ou se recuperarem dos impactos desses eventos, tornando-as mais vulneráveis a tais processos. Com o advento do Novo Programa de Aceleração do Crescimento – Novo PAC, verificou-se a necessidade de atualização e complementação da base de dados com a identificação de critérios para definir a metodologia de caracterização dos municípios mais suscetíveis aos desastres naturais para subsidiar a atuação e o apoio do Governo Federal no período 2023-2027. Ao adotar uma abordagem interinstitucional e baseada em evidências, o Governo Federal pode desempenhar um papel estratégico na redução dos impactos dos desastres naturais e na construção de uma sociedade mais resiliente, otimizando a aplicação dos recursos e proporcionando melhoria na qualidade de vida da população”, detalha o estudo.

Impactos
De acordo com a ‘Nota Técnica 1/2023’, o relatório da Organização Meteorológica Mundial - OMM (2021) aponta que os principais fatores desencadeadores dos mais de 11 mil desastres registrados entre 1970 e 2019 foram os eventos climáticos e meteorológicos extremos, e que mais de 91% das mortes decorrentes ocorreram em países em desenvolvimento. “O Brasil, devido a sua extensão continental, refletida na diversidade ambiental, climática, geomorfológica e geológica, é propenso a ocorrências de diversos eventos geodinâmicos e hidrológicos, que resultam em desastres.”
Conforme os dados do Sistema Integrado de Informações sobre Desastres - S2ID, da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (Sedec/MIDR), durante os anos de 1991 a 2022, foram registrados 23.611 eventos, 3.890 óbitos e 8.226.314 desalojados/desabrigados decorrentes de inundações, enxurradas e movimentos de massa.