Segunda fase da Operação Suíte atua contra grupo que facilitava ingressos de itens proibidos em penitenciária de Governador Valadares

O Ministério Público de Minas Gerais, através do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) Regional Governador Valadares e da 6ª Promotoria de Justiça Criminal de Governador Valadares, deflagrou, na manhã desta sexta-feira, 23 de junho, a segunda fase da Operação Suíte, com o objetivo de investigar o ingresso de aparelhos celulares e outros objetos proibidos em estabelecimento prisional, crimes de corrupção ativa, corrupção passiva, tráfico de drogas, praticados por organização criminosa.
A investigação visa apurar a existência de organização criminosa que facilita, mediante pagamento, o ingresso de aparelhos celulares, drogas e itens proibidos na Penitenciária Francisco Floriano de Paula, em Governador Valadares, e o consequente uso e comércio destes itens pelos custodiados.
Assim que chegavam à unidade prisional os presos/condenados eram alocados provisoriamente em uma cela conhecida por "Suíte", onde eram informados sobre como funcionava o "esquema" para ter acesso a aparelhos celulares, celas com sinal de celular, objetos proibidos na unidade. A facilitação para o ingresso dos referidos itens envolvia servidores públicos, presos integrantes de organizações criminosas e presos escolhidos como "faxinas" nos pavilhões.
Os presos com acesso aos aparelhos continuavam a comandar o tráfico de drogas e crimes violentos nos territórios respectivos e ainda auferiam lucros com aluguéis ou revendas dos itens aos demais presos da unidade prisional.
Entre janeiro de 2020 e novembro de 2021, considerando que durante a maior parte do período a visitação social foi suspensa em razão da pandemia, foram apreendidos 359 (trezentos e cinquenta e nove) aparelhos celulares dentro da unidade prisional.
Foram cumpridos trinta mandados de prisão preventiva e trinta e dois mandados de busca e apreensão, determinados pelo Juízo da Segunda Vara Criminal da Comarca de Governador Valadares/MG, nas seguintes cidades mineiras: Governador Valadares, Frei Inocêncio, Conselheiro Pena, Coronel Fabriciano, Timóteo, Conselheiro Lafaiete, Mateus Leme, Contagem e Carmo do Paranaíba e em Rio Bananal/ES, Curvelândia/MT e São Paulo/SP.
Houve seis prisões em flagrante delito e três seguem foragidos.
A deflagração da operação contou com o apoio da Polícia Militar, da Polícia Civil e da Corregedoria da Secretaria de Estado e Justiça e Segurança Pública do Estado de Minas Gerais, GAECO/BH, GAECO/Ipatinga e GAECO/Patos de Minas, e dos GAECOS dos Estados de São Paulo, Matogrosso e Espírito Santo, Polícia Militar e Polícia Civil do Estado do Mato Grosso e Polícia Civil do Estado de São Paulo.
Participaram da operação nove promotores de justiça dos Estados de Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso e Espírito Santo, 115 policiais militares, sendo quatro destes da 5º Base Regional de Aviação do Estado (5ª Brave), dois policiais civis, quatro policiais penais e dois oficiais de justiça do Estado de Minas Gerais, um policial civil e sete policiais militares do Estado do Mato Grosso, doze policiais militares do Estado do Espírito Santo, e seis policiais civis do Estado de São Paulo.
Os números ainda estão sendo atualizados e apuração segue em segredo de justiça.
Fonte: Ministério Publico MG