Unifor-MG: Laboratório de Mineralogia coleta 150 quilos de material para pesquisa e exposição
Amostras de rochas raras, de interesse agronômico, minérios e solos estão entre os materiais recolhidos em viagens

O Laboratório de Mineralogia do Unifor-MG realizou viagens para coleta de mais de 150 quilos de material para pesquisa, aulas e exposição. Os materiais são amostras de rochas raras, de interesse agronômico, minérios e solos.
Os trabalhos foram realizados pelos professores Dr. Alex Almeida e Anísio Cláudio Rios Fonseca, representando respectivamente o Laboratório de Iniciação Científica e o Laboratório de Mineralogia, e contaram também com a participação da egressa do curso de Engenharia Ambiental e Sanitária, Karina Santos Rios Fonseca, colaboradora do laboratório desde sua fundação.
Na oportunidade, foram coletados ritmitos glauconíticos, cangas, kamafugitos, fonólitos, gabros, dentre outras rochas. Os solos foram devidamente identificados para servirem de substrato para experimentos de casa de vegetação. A coleta foi realizada graças ao incentivo do Unifor. Um dos aspectos das pesquisas é a determinação das taxas de transferência de nutrientes do pó de rocha (K, Ca, Mg, P, Fe, etc.) para a solução do solo.
Com a crescente demanda de insumos agrícolas e altos preços dos adubos importados, a rochagem se torna uma ótima opção para prevenção e mitigação de problemas em casos de jazidas estarem indisponíveis ou mesmo boicote nas exportações de adubos para o Brasil. A prática da rochagem, que é a moagem de rochas portadoras de nutrientes, já é antiga, tendo começado com o calcário e evoluído para utilização de rejeitos de mineração, marmorarias e utilização direta de rochas.
Regionalmente, existem litotipos que podem ser explotados para este fim, tornando a pesquisa bem mais próxima de uma aplicação imediata. As amostras foram coletadas em áreas de afloramento e rejeito, sem qualquer dano ao meio ambiente. Após coletadas, as rochas foram fracionadas com uso de marreta, para facilitar sua redução a pó pelo moinho, de acordo com as necessidades. A solubilização dos minerais depende diretamente de sua estabilidade química, diretamente relacionada com a posição dos mesmos na série de Bowen. Como são rochas ricas em plagioclásios, piroxênios, zeólitas e olivina, a velocidade da solubilização no solo é maior.
Segundo o professor Anísio Cláudio Rios Fonseca, o país não pode ficar refém da importação de insumos e a crise da Rússia deixou isso bem claro.