Uso de medicamento para emagrecer e deficiência nutricional

O uso de medicação para emagrecer cresceu assustadoramente nos últimos anos e muitas pessoas desconhecem os efeitos colaterais envolvidos neste processo. A semaglutida, princípio ativo do Ozempic, Rybelsus e Wegovy, usada no tratamento do Diabetes, é análoga ao hormônio GLP-1, produzido naturalmente em nosso intestino delgado quando fazemos uma refeição. Dentre as funções do GLP-1 está o retardo no esvaziamento gástrico, o que causa saciedade por mais tempo. Os estudos mostram que o uso excessivo deste medicamento está associado com perda de massa muscular, náuseas, fraquezas, sintomas depressivos, confusão mental; entretanto, um novo estudo publicado recentemente apresentou que há deficiências nutricionais no grupo de pessoas que fizeram uso do medicamento devido a baixa ingestão alimentar. Dentre os micronutrientes estão: cálcio, ferro, magnésio, potássio, colina, vitaminas A, C, E, D, proteínas e fibras. De início, sempre ouço os pacientes falarem que irão usar este medicamento para acelerar o processo de emagrecimento e que irão parar em alguns meses. O que talvez não seja dito  à eles é que deficiência nutricional leva ao surgimento ou agravamento de doenças; redução de massa magra impacta na qualidade de vida do indivíduo por não ter força suficiente para exercer suas funções diárias e, além disso, menor quantidade de massa magra tem relação com desenvolvimento de doenças neurodegenerativas; redução da ingestão de fibras está associada com constipação intestinal, alteração da microbiota intestinal, menor produção de serotonina, aumento nas chances de desenvolver câncer de intestino e reto. Se você não é diabético e deseja usar este tipo de medicamento, sugiro repensar.

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