Veículo e trem batem no Centro de Formiga
Por sorte, a cidade não viveu uma grande tragédia por falta de guariteiro em passagem de nível

Por inúmeras vezes, a Prefeitura de Formiga cobrou, por outras inúmeras vezes “O Pergaminho” reclamou e redigiu matérias e editoriais. A lógica é uma só e fazer previsão de acidente não é privilégio de vidente: se a VLI (Vale Logística Integrada) não colocar guariteiro nas passagens de nível no Centro da cidade vai morrer muita gente.
Por volta das 23 horas de 5 de janeiro, quinta-feira, um acidente de trânsito envolvendo um Toyota Corola e uma composição ferroviária deixou muita gente apavorada. O veículo tinha ao volante um senhor de 69 anos. Chovia e ele transitava pela Rua Floriano Peixoto, sentido centro/bairro, quando ao iniciar a travessia da passagem de nível que dá acesso à Rua Expedicionário, foi atingido violentamente pela locomotiva. Como ainda não estava completamente sobre os trilhos, o Toyota foi abalroado, tendo sua lateral danificada, mas sem causar ferimentos ao motorista.
O condutor da composição ferroviária, um maquinista de 38 anos, disse à Polícia Militar que, ao perceber que aconteceria a colisão, acionou os freios de emergência, mas não foi o suficiente para parar a composição e evitar o acidente.
Na Prefeitura
Nesta sexta, dia 06, a reportagem entrou em contato com a Prefeitura para saber quais seriam as providências. Uma fonte do Executivo contou que há uma grande indignação, já que a responsabilidade de manter guariteiros é da VLI, que é uma empresa de logística que controla as concessionárias de transporte ferroviário de cargas Ferrovia Centro-Atlântica. “Por várias vezes, desde outras administrações, a Prefeitura solicita os profissionais, mas sempre tem a resposta de que a única obrigação é de colocar uma sinalização com uma placa de ‘Pare, olhe, escute’, e fica tudo do jeito que está. E pior, se a Prefeitura coloca seus funcionários no local, ela pode ser penalizada por estar pagando funcionário para a empresa. É um problema grande”, disse um servidor de carreira e pediu para não ser identificado.
“O Pergaminho” também tentou falar com a VLI, mas não obteve sucesso. Em contatos antigos, a empresa sempre deu a mesma resposta à reportagem: a obrigação é de se colocar a placa de “Pare, Olhe, Escute”.