Vereadores têm o autismo como foco de projetos

Com a popularidade pela procura pela boa saúde mental e com a popularização de conhecimento sobre o espectro autista, a sociedade vem se mobilizando e medidas de apoio aos portadores e às famílias vão se proliferando pelo bem da sociedade.

Na última reunião plenária da Câmara Municipal de Formiga, dois importantes projetos de lei foram apresentados. Na última reunião plenária, acontecida na segunda-feira, dia 4, o vereador Cid Corrêa propôs o reconhecimento de associação de apoio ao autismo como utilidade pública em Formiga. Com a medida, a "Associação de Autismo e Deficiência Intelectual - Família Formiga Azul" passará a ser reconhecida como entidade de utilidade pública municipal.

“A proposta visa oficializar o apoio do município a essa instituição, que oferece acolhimento e suporte a famílias e pessoas com autismo e deficiência intelectual no município”, diz a jornalista e assessora de Comunicação do Legislativo, Luciene Morais.

Fundada com o objetivo de apoiar as famílias e de promover a conscientização sobre o autismo e as deficiências intelectuais, a “Família Formiga Azul” tem sido um importante pilar na cidade. A associação organiza eventos e atividades que visam à inclusão social e à participação ativa de pessoas com deficiência. O reconhecimento como credibilidade pública poderá fortalecer a atuação da entidade, viabilizando novas parcerias e possibilitando o acesso a recursos que os ajudarão a expandir seus serviços e projetos.

Para o vereador Cid Corrêa, a medida representa um avanço na responsabilidade do poder público com iniciativas que melhoram a qualidade de vida da população. “O trabalho da Família Formiga Azul é de extrema importância para nossa comunidade. Reconhecer a entidade como utilidade pública é uma forma de valorizar o envolvimento dessas famílias e dos voluntários que lutam diariamente por direitos e visibilidade”, afirmou Corrêa.

O projeto seguirá agora para análise nas comissões permanentes da Câmara Municipal, onde será discutido e votado pelos demais vereadores. Se aprovado, o reconhecimento deverá facilitar a captação de recursos e a ampliação do suporte oferecido pela associação.

Já a vereadora petista Joice Alvarenga apresentou um outro projeto de lei que busca promover a inclusão e acessibilidade para pessoas com autismo. O projeto prevê o direito de os indivíduos ingressarem e permanecerem em qualquer local público ou privado, portando utensílios de uso pessoal e alimentos para consumo próprio, sem restrições.

O objetivo da proposta é garantir que as pessoas com autismo possam ter suas necessidades específicas respeitadas e atendidas em todos os espaços, promovendo uma convivência mais inclusiva e atenta à diversidade. A vereadora destaca que o projeto é fundamentado na inclusão social e na conscientização da população sobre as particularidades que esses indivíduos e suas famílias enfrentam no dia a dia. “A proposta visa proporcionar um ambiente mais acolhedor e respeitoso para as pessoas com autismo e suas famílias, permitindo que carreguem itens essenciais para ajudar a atender as necessidades sensoriais de cada indivíduo”, explicou.

Utensílios de uso pessoal, como brinquedos ou dispositivos que auxiliam no controle emocional, e alimentos específicos são, muitas vezes, fundamentais para o bem-estar e conforto dessas pessoas, que podem enfrentar dificuldades para se adaptar a ambientes desconhecidos ou agitados, explica nota da Câmara Municipal.

“É um avanço significativo para a construção de uma sociedade mais inclusiva, atendendo não só a pessoas com TEA [Transtorno do Espectro Autista], mas sensibilizando toda a comunidade para a importância de compreender e respeitar as necessidades de cada indivíduo”, diz a vereadora.

O que é o autismo?

O termo Transtorno do Espectro Autista (TEA), anteriormente conhecido como autismo, abrange diversos transtornos do neurodesenvolvimento e apresenta como característica central prejuízos na comunicação social e padrões de comportamentos restritos e repetitivos. De acordo com a Associação de Amigos do Autista (AMA), o autismo é “um distúrbio do desenvolvimento que se caracteriza por alterações presentes desde idade muito precoce, tipicamente antes dos três anos de idade, com impacto múltiplo e variável em áreas nobres do desenvolvimento humano, como as áreas de comunicação, interação social, aprendizado e capacidade de adaptação”. Considera-se o autismo como uma tríade de dificuldades: dificuldade de comunicação, socialização e de uso da imaginação, sendo a dificuldade de socialização o ponto crucial do autismo.

O que causa o autismo?

Por muito tempo, acreditou-se que o autismo fosse ocasionado pela falta de contato da mãe com o bebê, aceitando-se que a frieza ou rejeição da mãe era a causa do problema. Entretanto, hoje se sabe que isso não é uma verdade e que a etiologia do autismo é múltipla. Entre os fatores que podem determinar esse problema, podemos destacar alguns fatores genéticos, o uso de certos medicamentos e infecções durante a gestação.

O que pode caracterizar o autismo?

O autismo pode ser observado logo no início da vida do paciente, sendo comum a ocorrência de alterações em torno dos três anos de idade. Geralmente, os pais iniciam suas preocupações quando o paciente ainda não desenvolveu linguagem, por volta dos 12 meses aos 18 meses.